36. Noite (quase entrada)
Vadio por aí. Qual gato: espertos – que não se deixam apanhar em redes; com personalidade. Numa quietude imperturbável, descanso no telhado. Observo a velocidade do mundo que se recolhe: rumo: casa. Como eles, felinos adaptados, ao perigo – o real e realmente sério - eriça-se-me a superfície; alongo o corpo que se faz duplo e fantasmático aos olhos de quem deseje atacar. Roço as pernas da tranquilidade. Salto sobre cidades. Arranho – pura felicidade – altas árvores. E faço-me à Noite: aguardo a Lua que brilhará nos meus olhos esmerilados. Desejo-vos, amiga humanidade, estrelados sonhos: fico (entre-mentes) pardo.
20:46:15